17 abril 2007

Aniversário

É fogo...
Todos os anos o dia do meu aniversário costuma ser o dia mais triste do ano.
É o dia em que faço o meu balanço anual.
Peso o que fiz de bom e mau, o que alcancei dos meus planos e o que não alcancei. É o dia em que descubro o quanto falhei no ano que passou.
Normalmente, passo o dia acabrunhado.
Mas este ano seria diferente. Tudo estava indo bem, pois embora o balanço de contas estivesse no negativo, tudo indicava que no próximo ano eu compensaria, e com lucros, o que deixei de fazer nos últimos 2 anos. Estava até alegre, nem mesmo os presentes detestáveis que ganhei conseguiram diminuir a minha alegria.
"Mas a vida é uma caixinha de surpresas..."
Ironicamente no mesmo instante em que minha psicóloga dizia que, aparentemente, o cosmos estava conspirando para que eu realizasse meus sonhos e ambições, o telefone estava tocando (no silencioso). O moraor da fazenda queria dizer-me que Juma de Camaratuba, uma de minhas melhores doadoras, e uma das 3 melhores vacas de meu plantel, segunda em meu coração apenas para Duquesa da Santa Rita, estava empanzinada.
Passei o resto do dia dividido entre um trabalho estúpido em um computador da firma e a preocupação com Juma. Cheguei a ir à fazenda, para tratá-la eu mesmo, mas não adiantou. Às 0315 da manhã, enquanto eu me preparava para sair para irà fazenda tentar ajudá-la, Sandro me ligou avisando que ela estava morrendo.
às 0400, enquanto eu estava já a caminho, liguei para a fazenda, apenas para receber a notícia de que minha linda doadora tinha, nas palavras de Sandro, "falecido".
Engraçado, esse gado Gir... Como eles entram no coração de quem lida com eles... Se fosse outra vaca qualquer, provavelmente Sandro teria dito que "acabou de morrer", ou que "perdemos ela", mas para uma vaca tão especial, ele só pôde dizer o termo aplicável a humanos, a pessoas bem-quistas: Faleceu.

Este post é uma homenagem a você, Juma. Que aí em cima, junto com os Krishnas (teu tataravô e o deus), você saiba o quanto foi amada e querida aqui na terra, e a falta que nos fará.

O consolo que resta é saber que você está em um lugar muito melhor que este, está de volta ao céu, ao Nivana, que é o lugar de deusas como você.
Um beijo, minha estrela, onde quer que você estiver!

13 março 2007

A descoberta do amor

Anos atrás eu escrevi um poema que começa com "engraçado como acontece...". Na época, estra frase era apenas uma maneira de achar uma rima para "esquece".
Mas hoje eu digo de novo: Engraçado como acontece...
Como o senhor, meu único leitor sabe, depois de tantas desilusões, pancadas e sofrimento, eu achava que tinha perdido a capacidade de amar. Aliás, achava que o verdadeiro amor, o romantismo, e principalmente a reciprocidade, é algo que só existe em filmes e desenhos animados. Apenas Shrek conseguiu casar-se com uma princesa e ser feliz para sempre. Apenas para que conste, Romeu, a maior efígie do amor perfeito, só amou e foi amado por uma semana, só teve a sua esposa por uma noite...
Mas, engraçado como acontece...
Desiludido que estava, preparei-me para encontrar, se existisse, alguem com quem eu conseguisse dividir a minha vida, uma mulherzinha que estivesse disposta a conviver comigo, com poucas brigas, e um carinho ocasional, e ir levando a vidinha até que meu tempo aqui em cima terminasse.
Mas é engraçado como acontece...
Arrumei uma namoradinha, criatura boa, legal, de bom coração, e fui namorando-a. Fui conhecendo-a... Fui gostando do que estava acontecendo, até que... Aconteceu!
Um dia, aliás, na terça-feira de carnaval deste ano, por acaso olhei pra ela e - PIMBA! notei que estava sorrindo feito um bobo (ainda mais bobo do que sou), pensando em como será a minha velhice com ela...
Engraçado como aconteceu.
Em um instante, no tempo de uma piscadela, notei que estava amando. Que mais uma vez eu tinha caído na armadilha do destino. Que era de novo prisioneiro. E as dúvidas me assaltaram: Será que virá tudo de novo? Será que estou fadado a este eterno ciclo?
Aí, só quem sabe é o destino, e ele não diz nada a ninguem...
Engraçado... Como será que acontecerá?

07 agosto 2006

Domingo

  1. Após mais um dia de cão, em que o abandono e a indiferença mais uma vez me prostraram e quase desidrato por causa da perda de água, este poema nasceu. Pelo menos algo de bom saiu de um dia tão horrível.


Dúvidas de Domingo

06/08/06



Enquanto minh’água

O papel ensopa,

Lá dentro minh’alma

Triste, se esgota.


Por que sou tão solitário?

Por que viver sozinho?

Por que tão abandonado?

Tão só no caminho?


Será meu destino

Tornar-me ermitão?

Por que, desde menino,

Tanta solidão?


Por que meu maior sonho

Nunca realizarei?

Será que neste abandono

Sempre viverei?


Sem lar, sem família

Sem companhia nem nada,

Falando com a mobília,

Ouvindo a empregada?


Meus pais, uma mulher,

Ter filhos, amor,

Como outro qualquer

Não serei merecedor?


Uma pequena gentileza,

Um carinho, Uma ligação,

Um prato, uma miudeza,

Feitos com o coração?


Não mereço nada disso,

Feio, inútil, maldito.

Por isso profetizo

Viver sempre proscrito.


A água já me turva

A vista tão cansada

Melhor parar, que já custa,

Esta confissão desbragada.

Mainha, Patolina

29 maio 2006

Em Verde



No aniversário de um mês, aí vai algo que eu fiz para alguem MUITO especial...

Em Verde

26/05/06

Verde-jade
Verde-grama
Verde-jaspe
Vê: te ama.

Verdes olhos
Verde-mar
Verde-óleo
Ver-te: amar.

Verde-ar
Verde-limão
Verde olhar
Derriba avião

Verde pato
Verde lindo
Verde ato
Ver di vino...




Dedicado a Patolina

13 março 2006

Minha Deusa


Minha Deusa
27/11/05

Sua Alteza
Da beleza
Fonte de carinho
E da riqueza.

Vaca dourada
Deusa sagrada
Ser superior
Minha amada.

Da Santa Rita
A mais bonita
Alto tesouro
Minha querida.

Tão especial
Super maternal
Chefe do gado
Internacional.

A cor da chita
É a duma pepita
Minha Duquesa
Da Santa Rita.


Dedicado a Duquesa
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17 outubro 2005

A Angústia de uma Espera

Dando prosseguimento aos poemas, aí vai mais um. Antigo, mas mesmo assim sempre atual.
Um dos meus favoritos...

A angústia de uma espera

20/09/95

Coração, velho amigo,
Por que tanto tens batido?
Por quem tanto sofres
E choras e tremes
Deixando-me cansado e doente?

Talvez seja por aquela ingrata
Que te possui e te maltrata
Primeiro te seduz,
Te alegra e te faz cantar.

Depois some
Te deixando com fome
Sem ter como te saciar.

As horas vão passando
A noite vem chegando
E ela nada de ligar

O telefone toca,
Você para.
Te aquieta, idiota!
Era só uma velhota
Procurando um hospital.

As horas ainda passam,
A noite agora é completa.
Onde está minha boneca
Que notícias não tem dado?

Vou dormir contrariado,
Cansado da espera.
Mas qual!
Você está excitado
E o menor ruído nos desperta.

Chega a manhã ensolarada
Mas não nos diz nada
Pois a noite mal dormida
Nos cobra a sua paga.

Passamos o dia amuados,
Nervosos, irritados.
Onde está ela
Que até agora não tem ligado?

Paro para pensar e descubro:
Na verdade estou batendo em um muro.
Ela nunca em mim pensou...
Não valia o tamanho de nossa dor...

23 setembro 2005

A Estrada

Seguindo com as postagens de poemas, lá vai um, dos poucos que já exibi em público. Espero que o senhor, meu único leitor, goste.


A Estrada

Ela - a estrada!
Estende-se à minha frente.
Buracos não são nada,
Voa a minha mente...

Quilômetros se sucedem,
Não vejo o tempo passar.
Duas coisas me impedem:
Velocidade, e vontade de chegar...

Não vejo nada, faróis me cegam.
Pensamentos voam longe
E a ti me levam...
Estás onde?

Insetos morrem à minha frente,
Uma raposa atravessa a estrada.
Não sais de minha mente,
Minha querida, amada.

Corro como o vento,
Na pressa de chegar.
Perdi noção do tempo...
Estarei a sonhar?
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12 setembro 2005

Acróstico

É isso aí, caro - e único - leitor desconhecido. Aproveitando o ensejo dado pelo post anterior, onde falei d'Ela, mais o fato de que nunca mais postei nenhum poema aqui, vou aproveitar para postar uma reminiscência do meu período negro, da depressão. A história dele é a seguinte: Eu já vinha a algum tempo com versos flutuando em minha cabeça, sem métrica nem forma, mas com o mote pronto. Aí ouvi aquela canção de Roberto Carlos, "Acróstico", e finalmente vi que havia chegado a hora de escrever o meu poema. O resultado é esse aí:

Acróstico do Destino

março – abril / 2004

Já não lembrava
A feição daquela menina
Naquela festa estava
Instalando-se na minha sina.
Numa noite de fevereiro
Elga dela me aproximava.

Dezesseis dias depois
Um beijo meu destino selou.
Aquela menina tão doce
Rindo me conquistou.
Telefonemas à noite
E quinzenalmente os encontros.

Cada vez mais
O amor me invadia.
E por aquela donzela
Loucuras eu faria.
Holocausto de amor
Onze meses depois acontecia.

Aquela linda mulher
Muito mais eu amava.
Outra qualquer
Risco nenhum lhe dava.
Dela, para sempre
Amando eu continuava.

Mas o destino,
Infelizmente tinha planos.
Numa série de desatinos
Hora a hora nos separamos.
Aquele casal se desfazia...

Veio um dia a gota d’água
Irritado terminei
Depois disso a vida acaba...
A vida não tem sentido.

26 julho 2005

Meu funeral

Aí vão as instruções para o meu funeral. Só espero que sejam cumpridas...

'That ... be not told of my death,
Or made to grieve on account of me,
And that I be not buried in consecrated ground,
And that no sexton be asked to toll the bell,
And that nobody is wished to see my dead body,
And that no mourners walk behind me at my funeral,
And that no flowers be planted on my grave,
And that no man remember me,
To this I put my name.'
- Thomas Hardy

Ou, em português:
'Que... Não se saiba de minha morte
Nem se sofra por minha causa,
E que eu não seja enterrado em solo consagrado,
E que nenhum sacristão venha a tocar o sino,
E que não se peça que vejam meu corpo,
E que não seja seguido em cortejo,
E que não se plantem flores em minha sepultura,
E que eu não seja lembrado,
A isto subscrevo.' - Thomas Hardy.

09 maio 2005

Putaqueopariu!

Não agüento mais...
Ela não para de falar na porra da festa de casamento, mas não liga a mínima pro casamento em si.
Passa dias passeando pelos shopping centres com a mãe procurando objetos decorativos, mas tratar de ficar bem comigo nada.
Não confia em mim. Pra nada e em nada.
Como não me importo nem um pouco com festa de casamento, mas sim com ela, inventou de me chamar de inútil, de capacho de meu pai. E ontem passou dos limites: Me chamou de mentiroso.
Não agüento mais.
Hoje vou dar-lhe um ultimato, na verdde vou dar-lhe um choque. Vou acabar tudo. Ou ela se orienta ou pego o meu caminho. O que não posso é viver mais assim. De jeito nenhum.
Não agüento mais.

14 março 2005

De novo...

Sei que sofro de uma doença horrível, que chega até a matar. Mata o doente, ou o alvo da doença. O pior é que não é doença física, mas mental. De cura difícil, quase impossível, ela pode, no entanto, com muito tratamento, ser controlada, amansada, escondida.

Esta doença é a Síndrome dos Filhos de Quem Tem.

Quando adolesci (segundo a minha terapeuta, aos 20 e poucos anos), tinha crises horríveis de identidade e ódio por causa dela. Por que meu pai controlava tudo na minha vida. Por que eu não era nada, por que eu não tinha nada. Por tudo e por nada. Mas os anos se passaram, a terapia continuou, eu amadureci, cresci, criei luz própria (sem precisar mais negar o meu pai, como eu e outros colegas de doença fizemos) e achei que tinha domado a minha doença de vez, até me esqueci de prestar atenção a ela.

Aí ontem aconteceu: Mais uma vez. Meu pai tinha me prometido comprar-me um apartamento para quando eu me casasse com Cisne. Disse que eu fosse me organizando e procurando algo pois, quando ele tivesse dinheiro, seria para de uma hora para outra, em oito dias, comprarmos. Aí ele ontem fez de novo. Disse que me deu esperanças falsas, mas que não poderia comprar nada nem tão cedo. Que ele tinha sonhado em voz alta sem perceber que eu estava perto, e me deixei carregar. Que ele talvez - talvez - comprasse algo, sim, mas quando vendesse o apartamento em que mora. Em resumo: Que eu me explodisse.

E o que fico mais danado não é por ele ter feito isso, mas é ter caído de novo na mesma esparrela em que caio a tantos anos. Estou danado comigo mesmo por ter caído de novo, por ter-me deixado levar pelo canto da sereia, que me levou a uma recaída da minha doença.

Agora vou arrumar um abrigo até que a tempestade (emocional) passe. Depois a gente conversa mais!

13 setembro 2004

01 de setembro. Dia histórico

Apois é...
Depois de meses de reconquista, de conversa, de mal-entendidos, de compromissos, de promessas, de pingos nos is e de maturidade - maturidade que eu nem sabia que tinha, ela voltou.
Isso mesmo, minha Cisne voltou pra mim, e agora é pra sempre. Só não temos a data ainda, mas é pra sempre.
Pense numa alegria!
Ave Maria!

09 agosto 2004

Primeiro poema

Só pra dar começo a esta bagunça, vou postar aqui o meu primeiro poema.
Sei que nãopresta, portanto vossência não precisa me dizer isto, OK? Mas se quiser dar uma dica esteja à vontade!

Pop x Nerd

06/09/99


<>História, Geografia,
Física, Química e Matemática.
Muita teoria e pouca prática.
Tu és Pop, eu sou Nerd.
De tua ignorância minha cultura perde.

<>Fazes musculação,
Dizes besteiras para ser Pop.
Faço computação,
Leitura e nenhum esporte.
Tu és Pop, eu sou Nerd.
Dos teus músculos minha gordura perde.

<>Só dizes besteiras e és desinibido
Perto das mulheres só pago mico
De minha sabedoria fazes graça
Desprezando-a por pirraça.
Tu és Pop, eu sou Nerd.
De tua lábia minha leitura perde.

Poema dedicado a Carmen, Rachel, Lindhanne, Mônica e ao meu amigo SWB.

20 julho 2004

Um sonho...

Dia destes eu sonhei que estava abraçando meu filho. O filho que nunca tive. Era um bebê lindo, todo gordinho, encantadoramente disposto, uma coisa linda! Estranho isso, né? Raramente vejo rostos em meus sonhos, geralmente vejo as pessoas, sei que são elas, mas quase nunca vejos os rostos, mas o rosto sorridente deste bebê eu não apenas vi, mas não consigo esquecer.
Será que um dia terei um filho?
Um bebê lindo e sorridente?
Um bebê saudável em meus braços?
Quem sabe? Quem pode saber?
Só o futuro pode dar uma resposta, que provavelmente será negativa para todas estas perguntas.
Este foi o sonho que tive uma noite, mas é o maior sonho - e esperança - de minha vida. Será que vai se realizar?

11 julho 2004

Começando...

Meus amigos,

Nem sei se alguem vai ler isto, algum dia, mas de todo o jeito, quero deixar registrado online o outro lado de mim, o verso, cuja frente é o bom-humor de meu outro blog, o SoGréia (sogreia.blogspot.com). Neste blog, de publicação ainda mais devezenquandal, devo postar comentários, idéias, poemas, canções, desabafos... Enfim, tudo o que estiver preso aqui dentro e não tenho ninguem para contar/mostrar, ou não quero dizer/mostrar diretamente a ninguem.

Fiquem à vontade para comentar algo, se quiserem.

Obrigado!