segunda-feira, 2 de junho de 2008

Beslan que se dane!

Alguns anos atrás, em 2004, um grupo de terroristas invadiu a Escola Número Um, na cidade de Beslan, na Ossetia-alana do Norte, demandando o fim da Segunda Guerra Chechena. Não vou entrar em mais detalhes, mas o episódio terminou com 334 mortos, 186 dos quais crianças. Não vou mentir. Na época eu mesmo não liguei o mínimo pra coisa. O que teve de gente me chamando de insensível não tem tamanho, mas é isso mesmo, eu sempre considerei que era um ato de guerra, injustificado, mas guerra. Um crime comum, como o viciado que mata pra roubar. No caso, matou-se pra acabar a guerra. Irônico, né?
Mas outro dia apareceu uma história na Televisão que me chocou tanto quanto Beslan chocou meus conhecidos, amigos, colegas... Me refiro ao Caso Isabella.
No começo achei que era apenas mais um caso de delegado querendo aparecer na Televisão, mas à medida que as investigações evoluiram, espicaçadas pela mídia que precisava de um escândalo para encobrir outro(s), novos fatos foram aparecendo, dentre os quais os que mais me chamaram a atenção foram os seguintes:
  1. Se não fosse pela insistência da imprensa os assassinos ainda estariam soltos.
  2. Um sujeito matou a própia filha para proteger uma estranha.

É isso mesmo, meu querido e único leitor, claro que a polícia só continuou atrás de fazer laudos, reconstiuições, análises, etc. por causa da pressão posta pela imprensa, como sempre ávida por assunto pra publicar entre os anúncios de pasta de dentes e cerveja. Se não fosse a tuia de repórteres praticamente morando dentro da delegacia, chamando peritos para serem entrevistados em tudo quanto é programa, seguindo tudo quanto é carro da família dos suspeitos pra lá e pra cá, a esta hora os assassinos estariam calmamente transando sem nem pensar mais no que fizeram com uma menininha de seis - SEIS - anos.

O que mais me revoltou nesse caso foi ver que o tal do Alexandre Martoni cortou a tela de segurança do apartamento, empurrou a filha para fora, segurou-a e depois soltou-a para a morte, para proteger a mulher dele, que ele achava que tinha morto a menina por estrangulamento. O SUJEITO MATOU A PRÓPRIA FILHA PARA PROTEGER UMA ESTRANHA! Mas, o senhor deve estar se perguntando, a tal da Ana Carolina Cara de Jatobá não é a mulher dele? Claro que é a mulher dele, mas mulher não é parente. Filho é gene do seu gene, o elo mais forte que pode prender dois seres vivos, E O FILHO DE UMA CHOCADEIRA IGNOROU ESSE ELO AO MATAR A PRÓPIRA FILHA!

Agora a imprensa diz que ele está preso em isolamento, para evitar que os outros presos o matem. Sabe de uma coisa? O que fizerem com ele eu acho é pouco.

E Beslan que se exploda!

4 comentários:

Kenia Mello disse...

Uma coisa não tem nada a ver com a outra.
Todos os doid crimes são estarrecedores.
Pense na quantidade de pais que perderam seus filhos.
Do mesmo jeito que o cara matou a filha pra proteger a mulher, esses terroristas mataram os filhos alheios pra defender a sua "ideologia".

E o fato de você justificar que é injusto mas é uma guerra é muito confortável, hein? Em nome das guerras foram perpetradas barbaridades sem fim. E lembre-se: guerra não é apenas aquela oficializada.

Esse episodio de Beslan me chocou demais, como o de Isabella também. Um dia que você for pai, talvez você não diga Beslan que se dane.

Coronel Yanossauro disse...

Okreidis, Madama. Você disse tudo, eu tentei justificar o injustificável, ou seja, o fato de eu não ter ligado a mínima para o massacre de Beslan.
Talvez estejas certa, e quando um dia eu for pai eu veja essa história de maneira diferente, mas até agora só o que posso dizer é que não tem nem comparação o que senti sobre o Massacre de Beslan e o Caso Isabella.

Kenia Mello disse...

Uma coisa é você ter se tocado mais com o caso de Isabella do que com o massacre, outra é dizer que foi simplesmente porque foi, porque era guerra. É um caso bem singular essa sua opinião.

Reporter Bacurau disse...

Cãocordo com Mme Ke.

Quando você tiver filhos, essa insensibilidade vai acabar...