"Se a vida te dá limões, faça uma limonada".
Quantas vezes dizemos isto por ano? Quantas vezes ouvimos isto, dito para nós mesmos ou em nossa presença?
Eu mesmo não sei. É um moto de minha vida, um hábito. Procurar ver a lição que Deus colocou por trás de uma adversidade, procurar transformar um mal em bem, procurar absorver um golpe e seguir lutando são hábitos há muito tempo fixados em minha mente. Um exercício mental constante.
Mas ultimamente tenho me sentido um liquidificador; de tanto suco de limão que eu tenho feito, estou com azia. De tanto absorver golpes eu me sinto roxo, dolorido.
Tenho vivido à beira de um abismo sem ter onde me segurar por tanto tempo, que me equilibrar virou hábito.
Mas estou cansando. Sem apoio, sem ajuda, não tenho mais força pra lutar; sem comida, minha alma não fica mais de pé.
Apenas um abraço, um carinho, um sorriso, um toque, uma palavra amistosa, dados livre e espontaneamente, sem que seja preciso pedir, implorar, alimentariam de novo a alma, dariam forças para continuar lutando...
Mas onde conseguir? De quem? QUEM? Só vejo repulsa à minha volta, todos se afastam de mim como se estivesse leproso... Ou são pequenos demais para conseguir ajudar, mesmo que sabiam que podem...
Até para desabafar, para gritar, só tenho o senhor, meu único leitor.
Como posso fazer uma limonada com isso?
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