terça-feira, 5 de março de 2024

A Idade da Mulher

 O senhor vai convir que homem tem idade. Homem envelhece, homem amadurece, tem idade, sempre tem X anos ou está na faixa de tal a tal idade. Simples assim. Normal, cronológico, comum. Homem tem idade.

Mas mulher não. Mulher é um ser tão diferente que não deveria ter X anos. Sempre me rebelei com isso, sempre estranhei quando dizia que "fulana tem x anos". Não soa natural, não é normal. Não deveria constar do documento de identidade.

Notei que mulher tem fases, e deveria ser classificada assim:

No começo é "menina". Do momento que nasce até que acontece a metamorfose, é menina. Você olha e vê que é uma menina, o jeito infantil, o rosto puro, tudo é uma menina. Não mudou.

Aí algo acontece (não sei o que, mas acontece), e ela vira "mulher". É adulta, tem uma rigidez, um modo de agir e se comportar diferente da menina. Não importa a idade, o estado civil, maternidade ou não, menina é sempre diferente de mulher. Você nota fácil, tem umas que você não consegue chamar de menina, outras que não consegue pensar em termos de mulher. São diferentes.

Algumas - raras, raríssimas - passam por uma fase especial. A fase gloriosa. A fase da loba. A gente pode exemplificar com Vera Fischer, e inclusive pode chamar de fase Vera Fischer. É aquela mulher que, se fosse um homem, seria de meia-idade, algo entre os 40 e 45 anos, mas que é "diferente". Ela brilha. Tem uma luz própria, que nem sempre vem de sua beleza externa, mas de uma beleza interior, uma luz interna, um conforto consigo mesma que é raríssimo de se ver. Confesso que não consigo conversar com uma dessas mulheres na fase gloriosa. Me sinto intimidado, como se tivesse 4 braços, ou algo assim.

A próxima fase é a "velha". Você pisca e ela mudou. A pele ficou diferente, a expressão no rosto, a própria postura às vezes muda, e ninguém sabe porque, mas começa a chamá-la de "senhora". Pode ser que ainda continua bonita, mas não tem como descrever, virou... velha. Simples assim!

E depois morre.

Confesso que considerei uma honra - e mesmo um choque - ter presenciado algumas dessas transições em algumas mulheres que me cercam.


domingo, 21 de março de 2021

O Abraço

 Um gesto simples. Você vai até uma pessoa, abre os braços e, quando seu tórax toca no dele(a), fecha os braços e aperta.

Soa estranho dito assim, né? Até invasivo e violento, mas na verdade é talvez o gesto mais carinhoso e reconfortante que existe. Talvez seja a melhor coisa que existe, quem sabe? 

E aí mesmo tempo é tão simples, tão natural que você nem nota que abraçou o colega de trabalho, o conhecido que não vê a muito tempo, o amigo,  parente, pai, filho...

E aí chegou a praga, e as pessoas ficaram com medo de tocar umas nas outras. Não se vê mais os parentes, quanto mais abraçar! Não se toca nos colegas de trabalho, nem mesmo se aperta as mãos... Tocar virou ameaça de morte.

E eu fiquei preso. Na rua, com medo até de tocar nos outros. Em casa, dormindo com o inimigo, nem esbarrar é permitido, quanto mais abraçar! Estou a um ano com apenas um abraço de meu pai e um de minha mãe, através de uma cortina de plástico, mais um que roubei de minha sogra.  Ah, o senhor diz, e os meninos?

OK, se peço muito eles me abraçam, mas são crianças, não entendem o que se passa, não sabem o quão legal E nutritivo para a alma este gesto pode ser.

E aí? O que faço? 

Converso com o senhor, meu único leitor.

Um Ano de Pandemia

 Esta semana completei um ano que fui mandado trabalhar em casa por causa da Pandemia.

Lembro que naquela época, alimentado por livros e documentários sobre pragas, o medo e a incerteza me cercavam. Me despedir de meus colegas de trabalho foi uma das coisas mais estranhas de minha vida. Ninguém sabia quando nos veríamos de novo, SE nós veríamos de novo, se ainda teríamos empregos... A tristeza e a incerteza pairavam no ar como uma névoa negra.

Mas as previsões de milhares de mortes por dia graças a Deus não se concretizaram, os números baixaram e pudemos voltar a trabalhar presencialmente, viajei a trabalho (morrendo de medo dos hotéis, dos aviões e até dos carros), me tornei parte da equipe mais legal que já vi, e no geral tive um ano excelente.

Mas aí peguei a doença, e pior: enquanto negava até para mim mesmo, transmiti para minha esposa, que precisou ser internada. Passamos as festas isolados de nossos filhos, vendo-os apenas por videoconferência. 

Mas sobrevivemos, com cicatrizes, mas sobrevivemos, e agora estou de novo trabalhando em casa, enquanto a nova onda de mortes assola o Brasil e a vacinação avança a passos de cágado. Entes queridos começaram a morrer, mas ainda tem gente que ignora o que está à sua volta.

Quanto tempo isto vai durar? Não temos como saber, apenas posso rezar, tomar cuidado e esperar.

Que o senhor, meu querido e único leitor, também sobreviva, e sua família também!

domingo, 16 de junho de 2019

De Limões e Abraços

"Se a vida te dá limões, faça uma limonada".

Quantas vezes dizemos isto por ano? Quantas vezes ouvimos isto, dito para nós mesmos ou em nossa presença?

Eu mesmo não sei. É um moto de minha vida, um hábito. Procurar ver a lição que Deus colocou por trás de uma adversidade, procurar transformar um mal em bem, procurar absorver um golpe e seguir lutando são hábitos há muito tempo fixados em minha mente. Um exercício mental constante.

Mas ultimamente tenho me sentido um liquidificador; de tanto suco de limão que eu tenho feito, estou com azia. De tanto absorver golpes eu me sinto roxo, dolorido.

Tenho vivido à beira de um abismo sem ter onde me segurar por tanto tempo, que me equilibrar virou hábito.

Mas estou cansando. Sem apoio, sem ajuda, não tenho mais força pra lutar; sem comida, minha alma não fica mais de pé.

Apenas um abraço, um carinho, um sorriso, um toque, uma palavra amistosa, dados livre e espontaneamente, sem que seja preciso pedir, implorar, alimentariam de novo a alma, dariam forças para continuar lutando...

Mas onde conseguir? De quem? QUEM? Só vejo repulsa à minha volta, todos se afastam de mim como se estivesse leproso... Ou são pequenos demais para conseguir ajudar, mesmo que sabiam que podem...

Até para desabafar, para gritar, só tenho o senhor, meu único leitor.

Como posso fazer uma limonada com isso?

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Paternidade

Todos dizem que o pai nasce junto com o primeiro filho, enquanto que a mãe nasce na concepção.

Peço vênia para discordar. O pai também nasce na concepção, apenas de outra forma. Enquanto a mãe passa os meses da gravidez sentindo tudo o que acontece com o bebê, na prática tendo ele só para si, o pai vive de migalhas.

Durante todos aqueles meses de gestação, o pai vive preso em um mundo diferente: até outro dia era filho, era protegido, e agora ele tem a obrigação de proteger. Proteger alguém que ele não sente, que ainda está escondido dele, mas que ele já ama acima de tudo. Aliás, obrigação não é bem a palavra. É mais um desejo maior do que ele mesmo, como se nada mais tivesse sentido.

Quando o bebê nasce, e o verdadeiro pai o recebe em seus braços, seu coração quase que explode de emoção.
Ver aquela pequena vida que ele ajudou a fazer, um verdadeiro milagre, é indescritível.

Só então, com essa ciranda de emoções à mostra, é que as pessoas vêem que ele nasceu, coisa que aconteceu meses antes.

Então vêm as fraldas, as mamadeiras, e vontade de chegar mais cedo em casa, de botar pra dormir, tudo pra poder passar mais tempo com o bebê.

Realmente, todos exaltam - e com razão - a mãe, mas é bom lembrar também do outro autor da façanha.

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Morte-vida Solitário



Autossuficiente,
A mim me bastava.
Feliz, comigo somente,
Nada me faltava.

Não sentia falta
De ninguém na vida.
Solidão não mata,
Apenas agita.

Estava resignado
A viver sozinho
Não ter nada herdado:
O meu destino.

Feliz e satisfeito
Com a minha sina
Tirando bom proveito
Sem nem perder a rima.

Aí você apareceu
E a vida mudou.
Fortemente me remexeu
Quase me matou.

Felicidade nova,
Sentimento intenso,
Alegria agora,
 É um amor imenso.

Na cama não mais basta
O livro, a TV, internet.
Agora sempre falta
O toque, presença.

Costumava detestar
Dormir abraçado.
Agora nem pensar
Em ficar separado.

Minha linda, fofura.
A vida veio mudar.
De solitário feliz
 Para casado a amar.

Só quero dormir ao teu lado
Me faz ficar sossegado 
Só quero tocar um instante 
Ficar menos distante...


segunda-feira, 2 de março de 2015

Bebê

Bebê
02/03/15

Você é pequenino
Menor que um feijão
Me traz um sorriso ao rosto
E alegria ao coração. 

Quando a solidão 
Na velhice contemplava 
Na imensidão
Do vazio te procurava,

Num quebra-cabeça 
Dois corações,
Naquela mesa
Novas emoções. 

Uma nova vida,
Novo futuro. 
Eterna companhia,
Para sempre, te juro. 

Agora, meu bebê,
Dedico a vida a você. 
Sua saúde, alegria,
Educação, cultura e paz. 

Nada mais me tira
Desta missão divina:
Cuidar de tua vida
Proteger-te: minha sina. 

domingo, 1 de março de 2015

Fofurim

Fofurim 
08/01/15


Moreninha,
Que coisinha
Tão fofinha
Carinhosinha!

Fofurinha
Dengosinha 
Pequenininha
Das unhinhas!

Minha linda
Minha amada
Minha amante
Namorada. 

Para sempre
Minha mulher
Ter meus filhos
Muito quer. 

Para sempre
Meu amor. 
Fofurinha
Minha flor. 


Dedicado à minha esposa, Luana. 

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Dois Réveillons

É meio surreal...
Ano passado eu tive se não o, mas um dos piores réveillons da minha vida. Muita briga, suspeitas, humilhações e sofrimento contribuíram para que, mesmo no meio de dezenas de familiares, eu estivesse completamente só. 
Isolado. 
Perdido. 
Aí o ano começou, e logo notei que tinha que aprumar a vida. Dar uma reviravolta, renascer, reaprender coisas esquecidas, readquirir velhos e bons hábitos, deixar pra trás quem me fez sofrer e seguir em frente. 
E foi o que fiz. Libertei-me, mudei, corri atrás, e este ano passou como uma bala.
 
Descobri que os 40 não marcam o começo do fim, mas um novo começo. Que ainda tenho fogo em mim, e sangue nos olhos pra muitas competições ainda. Que as práticas simples levam uma fazenda muito mais longe que as exposições de animais, e principalmente, aprendi que se gostar de mim as pessoas também gostarão. 

E aí cheguei a um novo réveillon, no mesmo lugar, com a família e quase as mesmas pessoas. E como mudei, a festa também mudou. Foi mais alegre, mais unida, mais feliz. 
Curioso... Depois do talvez pior réveillon da minha vida, parece que tive um dos melhores. 

O que um ano de reflexão e renascimento não faz, né?
Feliz 2014 pro senhor, meu querido e único leitor, e que a paz e alegria neste ano não saiam de seu lado!

sábado, 14 de dezembro de 2013

Vida a Dois

Vida a dois
12/12/13


Quero te abraçar.
E tambem te beijar.
Contigo viajar,
E, claro, fazer amor.

Quero brigar,
Pra não entediar.
Te namorar,
E, se bom for,

Um dia casar
E te emprenhar,
Três filhos te dar,
E contigo ser avô.

Juntos envelhecer
E um dia morrer
Certo de saber
O que é amor.

Canadá,
G

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Delie

Faz tanto tempo que não escrevo um poema  (ou seja, que a musa não me visita) que já tinha até desistido. Mas hoje, do nada, tive que parar na estrada e, quando vi, saiu-me isto. Espero que o senhor, meu querido e único leitor, aprecie.


Delie
24/05/2013

Enterrado e sepultado,
Sob culpas e acusações,
Esquecido e perdido...

Fada cantando enfeitiçou,
Com fio de ouro trama teceu,
Destino prendeu e face ergueu.

Instintos ignorei,
Racionalidade esqueci,
No sonho mergulhei...

Viverei?
Morrerei?
Não sei.

Mas vivo estou.
Homem, hoje sou
Defunto passou.

Dedicado a Adélia.

terça-feira, 2 de abril de 2013

De volta à vida

Um de meus filmes prediletos é "13th Knight", ou "O Décimo Terceiro Cavaleiro". Gosto dele por mostrar como as pessoas julgam errado as outras só por serem diferentes.
Mas há uma cena dele que não me sai da cabeça nos últimos dias. Nela, um nórdico pergunta ao protagonista, um árabe, que tinha dormido com uma mulher nórdica, se ela tinha "lhe acabado ou trazido de volta à vida".

Pois bem, ultimamente tenho me sentido trazido de volta à vida. Revivido. Hoje mesmo estava na estrada e pensando que não me sentia assim tão vivo, forte e, por que não dizer, feliz a anos. Muitos anos. Desde que, no Primeiro Jogo de Rugby no Nordeste nós arrasamos os Potiguares que não me sinto tão vivo assim. Como se pudesse destruir o mundo. Como se pudesse ir a um quartel dos Fuzileiros Navais e encher todo o mundo de tapas e ninguém fosse fazer nada.
A testosterona está tão alta que um dia destes caíram umas gotas de suor numa gatinha e ela virou lésbica.

Hoje eu poderia enfrentar Godzilla que ele se lascaria, viraria bolsa de jacaré.

Fui trazido de volta à vida.
E nem sabia que estava morto...
Um morto de férias?

Até mais que vou viver!

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Em Chamas

Caindo em chamas.
Labaredas queimam.
Arde.
Haverá cicatrizes.
Ficarei ainda mais desfigurado? Quem sabe?
Haverá cura?
Haverá cura?
Haverá cura?
Remédio?
Melhora?
Haverá quem me trate?
.
.
.
...
Haverá alguém?

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Aurélio Seabra Correia Nogueira, 12/12/1916 - 23/08/2009

O texto a seguir foi iniciado em 2006, para os 90 anos de Vovô, mas não ficou pronto a tempo. Foi agora modificado para ser lido durante a missa de sétimo dia. Espero que alegre e ajude vocês.

- Agora eu digo a você!

- Aaaai! Vou morrer de catapora!

- As comidas são variadas e os pratos são os mesmos!

- Olha a Xepa!

Quem não se lembra das frases de "seu" Aurélio?

Ou da "papa" de Cremogema, dura como um queijo?

Qual das netas, principalmente as mais jovens, nunca dançou de calcinha em cima da mesa da sala? Calma! Elas tinham no máximo seis anos...

Outra inesquecível é a castanha de caju. Desde que se instaurou a "quarta-feira", ele nunca deixou faltar a castanha de caju, assada no forno e nadando em manteiga. Ou a água de coco.

Cada um de nós pode citar dezenas de fatos engraçados e/ou belos que vivenciou com Vovô. Eu mesmo poderia passar horas - anos - contando histórias de minha vivência com "seu Aurélio".

Mas essas histórias, embora em sua maioria façam as pessoas sorrirem ou mesmo gargalharem, trariam tristeza, e esse é um sentimento que Vovô, acho, jamais gostaria que um de seus entes queridos sentisse. Eu mesmo não me lembro de jamais ter visto Vovô chorando...

Enquanto condensava três páginas da Bíblia em 5 minutos de leitura para o enterro, me lembrei que, acima de Católicos, todos os descendentes de Vovô e Vovó são Cristãos. Mesmo os que aderiram a outras seitas ainda são cristãos.

E me perguntei: Qual o princípio básico do Cristianismo? A resposta é clara: "Amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei". E qual o segundo princípio do Cristianismo? Esse vem de sua religião-mãe, o Judaísmo: Os justos entrarão no reino dos céus.

Como Jesus mesmo nos disse:

“Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim.
Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar.
E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também.
Mesmo vós sabeis para onde vou, e conheceis o caminho”.

Meus queridos, De acordo com o credo cristão, se alguém é justo e bom, irá para um lugar melhor do que este (uma morada da casa do Pai). Embora tenha tido seus defeitos (e todos nós os temos), se houve um homem justo e bom em nossa família, esse homem foi Vovô. Se acreditarmos que Vovô foi um homem justo e bom, devemos nos regozijar por ele estar em um lugar melhor do que este.

O que morreu em 23/08/09 foi o casco. A essência, a alma, na verdade nasceu de novo. E nasceu em um lugar melhor do que esta terra em que estamos. Parou de sofrer.

Ao pensar nisso foi que notei que qualquer tristeza pela morte de Vovô seria egoísmo de minha parte. Notei que eu deveria alegrar-me por ele. E alegrar-me duplamente: Por ele ter deixado de sofrer aqui na Terra e por ter nascido para um “reino” melhor do que este.

Por isso que, quando um amigo querido veio me dar “os pêsames”, eu lhe respondi que estava feliz por Vovô. E é assim que me sinto: Feliz.

- Feliz por que “Seu Aurélio” descansou de suas atribulações e nasceu para a felicidade.

- Feliz por que “Seu Aurélio” reencontrou os seis filhos que o precederam na “nova morada”.

- Feliz por que “Seu Aurélio” pôde segurar em seu colo tantos filhos, netos e bisnetos.

- Feliz por que “Seu Aurélio”, junto de D. Lourdes, pessoas com no máximo o segundo grau, criou uma família com dezenas de bacharéis, vários Mestres e muitos Doutores.

- Feliz por que “Seu Aurélio” e D. Lourdes, embora tenham tido uma família enorme, nunca tiveram o desgosto de um descendente criminoso ou desviado.

- Feliz por que “Seu Aurélio” reuniu-se de novo a seu amor, a sua “Lourdinha”.

- Feliz por que “Seu Aurélio” continua vivo em 11 filhos, 27 netos e 10 bisnetos, com muitos mais a caminho.

Pessoal, “SEU AURÉLIO” ESTÁ VIVO!

E VIVA VOVÔ!

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Quase dois meses

Pois é...
Segunda-feira, 30 de junho de 2008, completarei dois meses de casado.
Finalmente casado, diriam meus amigos e parentes, pois aos 35 anos e ainda solteiro as opiniões já estavam se dividindo a meu respeito:
Havia os que me achavam gay.
E havia os que achavam que eu era otário demais pra casar-me um dia.
E havia os que achavam que era tarde demais.

Mas uma criaturinha me apareceu um dia num treino de Rugby e me lascou a vida de vez. Em poucos meses - dias? - começamos a namorar, e dois anos e um dia depois do primeiro beijo, estávamos no Fórum do Recife recebendo a certidão de casamento.

Nestes quase dois meses, mesmo com as broncas e brigas que cercaram as preliminares da festa do casamento católico, posso dizer que estou realizado. Que estou feliz.

Que me orgulho demais de ter-me casado com Pato.

Que exulto de alegria todas as manhãs ao vê-la ao meu lado na cama.

Que, embora apreensivo quanto ao futuro, tambem não deixo de vê-lo com mais alegria agora que tenho alguem tão especial para compartilhá-lo.

Só queria que meus amigos fossem tão felizes em suas escolhas quanto eu sou. Que o senhor, meu querido e único leitor, fosse tão feliz em sua vida de casado quanto tenho sido. Que tenha feito uma escolha tão bem-feita quanto a minha.

Por isso que todas as noites agradeço a ela antes de dormir...

Boa noite!

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Beslan que se dane!

Alguns anos atrás, em 2004, um grupo de terroristas invadiu a Escola Número Um, na cidade de Beslan, na Ossetia-alana do Norte, demandando o fim da Segunda Guerra Chechena. Não vou entrar em mais detalhes, mas o episódio terminou com 334 mortos, 186 dos quais crianças. Não vou mentir. Na época eu mesmo não liguei o mínimo pra coisa. O que teve de gente me chamando de insensível não tem tamanho, mas é isso mesmo, eu sempre considerei que era um ato de guerra, injustificado, mas guerra. Um crime comum, como o viciado que mata pra roubar. No caso, matou-se pra acabar a guerra. Irônico, né?
Mas outro dia apareceu uma história na Televisão que me chocou tanto quanto Beslan chocou meus conhecidos, amigos, colegas... Me refiro ao Caso Isabella.
No começo achei que era apenas mais um caso de delegado querendo aparecer na Televisão, mas à medida que as investigações evoluiram, espicaçadas pela mídia que precisava de um escândalo para encobrir outro(s), novos fatos foram aparecendo, dentre os quais os que mais me chamaram a atenção foram os seguintes:
  1. Se não fosse pela insistência da imprensa os assassinos ainda estariam soltos.
  2. Um sujeito matou a própia filha para proteger uma estranha.

É isso mesmo, meu querido e único leitor, claro que a polícia só continuou atrás de fazer laudos, reconstiuições, análises, etc. por causa da pressão posta pela imprensa, como sempre ávida por assunto pra publicar entre os anúncios de pasta de dentes e cerveja. Se não fosse a tuia de repórteres praticamente morando dentro da delegacia, chamando peritos para serem entrevistados em tudo quanto é programa, seguindo tudo quanto é carro da família dos suspeitos pra lá e pra cá, a esta hora os assassinos estariam calmamente transando sem nem pensar mais no que fizeram com uma menininha de seis - SEIS - anos.

O que mais me revoltou nesse caso foi ver que o tal do Alexandre Martoni cortou a tela de segurança do apartamento, empurrou a filha para fora, segurou-a e depois soltou-a para a morte, para proteger a mulher dele, que ele achava que tinha morto a menina por estrangulamento. O SUJEITO MATOU A PRÓPRIA FILHA PARA PROTEGER UMA ESTRANHA! Mas, o senhor deve estar se perguntando, a tal da Ana Carolina Cara de Jatobá não é a mulher dele? Claro que é a mulher dele, mas mulher não é parente. Filho é gene do seu gene, o elo mais forte que pode prender dois seres vivos, E O FILHO DE UMA CHOCADEIRA IGNOROU ESSE ELO AO MATAR A PRÓPIRA FILHA!

Agora a imprensa diz que ele está preso em isolamento, para evitar que os outros presos o matem. Sabe de uma coisa? O que fizerem com ele eu acho é pouco.

E Beslan que se exploda!

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

PPS e PPT: O novo vírus?

Quando comecei a usar computadores IBM-PC, mais de dez anos atrás, comprei e li tudo o que pude sobre vírus de computadores. Em um dos livros se falou muito sobre o tal do "internet bug", um vírus (na verdade, um cavalo de tróia, ou Trojan para os que sabem chinês) que se propagou como um raio pela então incipiente e limitada rede de computadores universitários, paralisando servidores pelo expediente simples de sobrecarregá-los com excesso de tarefas.
Que tarefas seriam estas, deverá estar-se perguntando meu eventual leitor, e eu respondo: Reenviar-se a todos os computadores conectados a aquele servidor e mandar imprimir todos os arquivos que encontrasse estavam entre as prosaicas tarefas que paralisaram empresas e universidades inteiras durante dias.
O tempo passou, e novas implementações deste mesmo vírus foram aparecendo, procurando fazer o mesmo que ele: Paralisar servidores pelo excesso de trabalho. Mas apareceram softwares antivírus que os detectam assim que chegam aos milhões de computadores que hoje estão conectados à rede, e estes vírus terminaram tendo pouca ou nenhuma oportunidade de voltar à berlinda e às manchetes.
Aí apareceu a terceira geração de chatos, que fazem as pessoas tambem perderem tempo, além dos computadores. Chatos que não apenas são indetectáveis mas tambem são extremamente eficazes em desperdiçar o tempo (pessoal e computacional) alheio e conseguem, ainda hoje, paralisar servidores corporativos e provedores de internet: Os PPS e PPT.Mas, a senhora me pergunta, o que diabos são esses PPS? São arquivos de apresentaçãos de slides gerados no Powerpoint com pouco (ou nenhum) texto, mas cheios de figurinhas lindas, sons e fontes coloridas e animadas. Para passar uma mensagem de 10 linhas, cria-se 15 a 20 slides com fotos de cãezinhos, gatinhos, abelhas, fontes coloridas, uma canção dos Beattles (inteira, e em alta qualidade) e pronto! Aí temos um PPS de 8MB. Depois é só enviá-lo por email para umas 20 pessoas ingênuas que elas se encarregarão de repassá-lo para todos que conhecem, que repassarão, para mais dezenas ou centenas de pessoas, que repassarão...
Em pouco tempo servidores inteiros serão paralisados apenas para enviar estes enormes emails sobre nada, e uma das ferramentas de comunicação mais úteis da história é inutilizada.Apenas para que a senhora veja se o que estou dizendo não é verdade: Preste atenção quando estiver baixando seus emails. Quando a barrinha de progresso der uma parada no tempo e demorar a chegar uma mensagem, preste atenção e verá que aquela mensagem que demorou é uma com um anexo cheio de fotos, canções e blablablá.
Vivo informando as pessoas sobre esta nova maneira de desperdício de tempo, mas tem gente que não entende, portanto às vezes me vejo obrigado a bloquear a entrada de emails de pessoas que insistem em enviar este tipo de lixo eletrônico. Quem sabe se todos nós não fizermos o mesmo a Internet, hoje lenta, não se agilizará?

segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

How did the Grinch steal Christmas?

Isso mesmo, meu querido (e único) leitor, o senhor não entendeu errado: Como foi que o Grinch roubou o Natal?

E não falo apenas de meu Natal, ou do de minha família, mas do Natal. A quantidade de gente que vi ter e comentar que teve um mau Natal este ano foi, no mínimo, assustadora.

Vou começar contando o meu Natal:

Começou com a quebra de uma tradição. Minha família todos os anos, às 1800 em ponto, faz o Ritual da Decoração do Queijo do Reino e do Pernil, coisa que parece bobagem para os outros, mas que é um dos momentos mais felizes e familiares de nosso ano. Um momento que espero o ano todo. Consiste em abrirmos e fatiarmos o queijo do reino e o pernil, colocarmos eles nas travessas em que serão servidos, decorá-los e comê-los. Não parece muito, mas toda a família faz parte do ritual, com eu abrindo e fatiando o queijo, meu pai fatiando o pernil, minha irmã abrindo as latas de conserva e decorando ambos, minha mãe reclamando de todos nós, brigando por que estamos comendo antes da hora, sempre de mau-humor, minha tia rindo de todas as brincadeiras que fazemos, e no final comer todas as delícias de Natal, os bolos, o pernil, o queijo do reino, etc. Após isso, vamos à missa, depois trocamos os presentes e então vamos à casa em que será celebrado o Natal, sempre de alguem da família da minha mãe. Ou então a família vem à nossa casa. Uma noite completa, feliz e em família, com muito amor e carinho.

Mas este ano, como o Grinch roubou o Natal, ninguem estava com o espírito de Natal, meus pais inventaram de ir a uma missa mais cedo, às 1900, e portanto não quiseram fazer o Ritual do Queijo do Reino. Chegando à igreja (do Colégio das Damas, em Recife), claro que não havia missa. Voltamos nas carreiras até em casa para comer - nas carreiras, lógico - qualquer coisa e depois fomos à missa de sempre, nas Graças. Então o mal-humor já se havia instalado. Voltamos para casa para esperar meus tios, mas foi uma noite horrível, em que ninguem estava de bom humor, ninguem brincou, ninguem fez carinho, todos brigaram e se alfinetaram. Enfim, uma noite para ser esquecida.

O mesmo aconteceu com outros primos meus, por parte de pai.

O mesmo eu vi na televisão, só desgraças, só famílias desabrigadas, com fome, só o mal...

Agora eu lhe pergunto de novo, meu querido e único leitor, o senhor, que é tão sábio poderá me responder como o Grinch conseguiu roubar o Natal?

Boa noite para o senhor, e que o Natal de 2008 seja tão bom para todos quanto deve ser!

terça-feira, 17 de abril de 2007

Aniversário

É fogo...
Todos os anos o dia do meu aniversário costuma ser o dia mais triste do ano.
É o dia em que faço o meu balanço anual.
Peso o que fiz de bom e mau, o que alcancei dos meus planos e o que não alcancei. É o dia em que descubro o quanto falhei no ano que passou.
Normalmente, passo o dia acabrunhado.
Mas este ano seria diferente. Tudo estava indo bem, pois embora o balanço de contas estivesse no negativo, tudo indicava que no próximo ano eu compensaria, e com lucros, o que deixei de fazer nos últimos 2 anos. Estava até alegre, nem mesmo os presentes detestáveis que ganhei conseguiram diminuir a minha alegria.
"Mas a vida é uma caixinha de surpresas..."
Ironicamente no mesmo instante em que minha psicóloga dizia que, aparentemente, o cosmos estava conspirando para que eu realizasse meus sonhos e ambições, o telefone estava tocando (no silencioso). O moraor da fazenda queria dizer-me que Juma de Camaratuba, uma de minhas melhores doadoras, e uma das 3 melhores vacas de meu plantel, segunda em meu coração apenas para Duquesa da Santa Rita, estava empanzinada.
Passei o resto do dia dividido entre um trabalho estúpido em um computador da firma e a preocupação com Juma. Cheguei a ir à fazenda, para tratá-la eu mesmo, mas não adiantou. Às 0315 da manhã, enquanto eu me preparava para sair para irà fazenda tentar ajudá-la, Sandro me ligou avisando que ela estava morrendo.
às 0400, enquanto eu estava já a caminho, liguei para a fazenda, apenas para receber a notícia de que minha linda doadora tinha, nas palavras de Sandro, "falecido".
Engraçado, esse gado Gir... Como eles entram no coração de quem lida com eles... Se fosse outra vaca qualquer, provavelmente Sandro teria dito que "acabou de morrer", ou que "perdemos ela", mas para uma vaca tão especial, ele só pôde dizer o termo aplicável a humanos, a pessoas bem-quistas: Faleceu.

Este post é uma homenagem a você, Juma. Que aí em cima, junto com os Krishnas (teu tataravô e o deus), você saiba o quanto foi amada e querida aqui na terra, e a falta que nos fará.

O consolo que resta é saber que você está em um lugar muito melhor que este, está de volta ao céu, ao Nivana, que é o lugar de deusas como você.
Um beijo, minha estrela, onde quer que você estiver!

terça-feira, 13 de março de 2007

A descoberta do amor

Anos atrás eu escrevi um poema que começa com "engraçado como acontece...". Na época, estra frase era apenas uma maneira de achar uma rima para "esquece".
Mas hoje eu digo de novo: Engraçado como acontece...
Como o senhor, meu único leitor sabe, depois de tantas desilusões, pancadas e sofrimento, eu achava que tinha perdido a capacidade de amar. Aliás, achava que o verdadeiro amor, o romantismo, e principalmente a reciprocidade, é algo que só existe em filmes e desenhos animados. Apenas Shrek conseguiu casar-se com uma princesa e ser feliz para sempre. Apenas para que conste, Romeu, a maior efígie do amor perfeito, só amou e foi amado por uma semana, só teve a sua esposa por uma noite...
Mas, engraçado como acontece...
Desiludido que estava, preparei-me para encontrar, se existisse, alguem com quem eu conseguisse dividir a minha vida, uma mulherzinha que estivesse disposta a conviver comigo, com poucas brigas, e um carinho ocasional, e ir levando a vidinha até que meu tempo aqui em cima terminasse.
Mas é engraçado como acontece...
Arrumei uma namoradinha, criatura boa, legal, de bom coração, e fui namorando-a. Fui conhecendo-a... Fui gostando do que estava acontecendo, até que... Aconteceu!
Um dia, aliás, na terça-feira de carnaval deste ano, por acaso olhei pra ela e - PIMBA! notei que estava sorrindo feito um bobo (ainda mais bobo do que sou), pensando em como será a minha velhice com ela...
Engraçado como aconteceu.
Em um instante, no tempo de uma piscadela, notei que estava amando. Que mais uma vez eu tinha caído na armadilha do destino. Que era de novo prisioneiro. E as dúvidas me assaltaram: Será que virá tudo de novo? Será que estou fadado a este eterno ciclo?
Aí, só quem sabe é o destino, e ele não diz nada a ninguem...
Engraçado... Como será que acontecerá?

segunda-feira, 7 de agosto de 2006

Domingo

  1. Após mais um dia de cão, em que o abandono e a indiferença mais uma vez me prostraram e quase desidrato por causa da perda de água, este poema nasceu. Pelo menos algo de bom saiu de um dia tão horrível.


Dúvidas de Domingo

06/08/06



Enquanto minh’água

O papel ensopa,

Lá dentro minh’alma

Triste, se esgota.


Por que sou tão solitário?

Por que viver sozinho?

Por que tão abandonado?

Tão só no caminho?


Será meu destino

Tornar-me ermitão?

Por que, desde menino,

Tanta solidão?


Por que meu maior sonho

Nunca realizarei?

Será que neste abandono

Sempre viverei?


Sem lar, sem família

Sem companhia nem nada,

Falando com a mobília,

Ouvindo a empregada?


Meus pais, uma mulher,

Ter filhos, amor,

Como outro qualquer

Não serei merecedor?


Uma pequena gentileza,

Um carinho, Uma ligação,

Um prato, uma miudeza,

Feitos com o coração?


Não mereço nada disso,

Feio, inútil, maldito.

Por isso profetizo

Viver sempre proscrito.


A água já me turva

A vista tão cansada

Melhor parar, que já custa,

Esta confissão desbragada.

Mainha, Patolina

segunda-feira, 29 de maio de 2006

Em Verde



No aniversário de um mês, aí vai algo que eu fiz para alguem MUITO especial...

Em Verde

26/05/06

Verde-jade
Verde-grama
Verde-jaspe
Vê: te ama.

Verdes olhos
Verde-mar
Verde-óleo
Ver-te: amar.

Verde-ar
Verde-limão
Verde olhar
Derriba avião

Verde pato
Verde lindo
Verde ato
Ver di vino...




Dedicado a Patolina

segunda-feira, 13 de março de 2006

Minha Deusa


Minha Deusa
27/11/05

Sua Alteza
Da beleza
Fonte de carinho
E da riqueza.

Vaca dourada
Deusa sagrada
Ser superior
Minha amada.

Da Santa Rita
A mais bonita
Alto tesouro
Minha querida.

Tão especial
Super maternal
Chefe do gado
Internacional.

A cor da chita
É a duma pepita
Minha Duquesa
Da Santa Rita.


Dedicado a Duquesa
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segunda-feira, 17 de outubro de 2005

A Angústia de uma Espera

Dando prosseguimento aos poemas, aí vai mais um. Antigo, mas mesmo assim sempre atual.
Um dos meus favoritos...

A angústia de uma espera

20/09/95

Coração, velho amigo,
Por que tanto tens batido?
Por quem tanto sofres
E choras e tremes
Deixando-me cansado e doente?

Talvez seja por aquela ingrata
Que te possui e te maltrata
Primeiro te seduz,
Te alegra e te faz cantar.

Depois some
Te deixando com fome
Sem ter como te saciar.

As horas vão passando
A noite vem chegando
E ela nada de ligar

O telefone toca,
Você para.
Te aquieta, idiota!
Era só uma velhota
Procurando um hospital.

As horas ainda passam,
A noite agora é completa.
Onde está minha boneca
Que notícias não tem dado?

Vou dormir contrariado,
Cansado da espera.
Mas qual!
Você está excitado
E o menor ruído nos desperta.

Chega a manhã ensolarada
Mas não nos diz nada
Pois a noite mal dormida
Nos cobra a sua paga.

Passamos o dia amuados,
Nervosos, irritados.
Onde está ela
Que até agora não tem ligado?

Paro para pensar e descubro:
Na verdade estou batendo em um muro.
Ela nunca em mim pensou...
Não valia o tamanho de nossa dor...

sexta-feira, 23 de setembro de 2005

A Estrada

Seguindo com as postagens de poemas, lá vai um, dos poucos que já exibi em público. Espero que o senhor, meu único leitor, goste.


A Estrada

Ela - a estrada!
Estende-se à minha frente.
Buracos não são nada,
Voa a minha mente...

Quilômetros se sucedem,
Não vejo o tempo passar.
Duas coisas me impedem:
Velocidade, e vontade de chegar...

Não vejo nada, faróis me cegam.
Pensamentos voam longe
E a ti me levam...
Estás onde?

Insetos morrem à minha frente,
Uma raposa atravessa a estrada.
Não sais de minha mente,
Minha querida, amada.

Corro como o vento,
Na pressa de chegar.
Perdi noção do tempo...
Estarei a sonhar?
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segunda-feira, 12 de setembro de 2005

Acróstico

É isso aí, caro - e único - leitor desconhecido. Aproveitando o ensejo dado pelo post anterior, onde falei d'Ela, mais o fato de que nunca mais postei nenhum poema aqui, vou aproveitar para postar uma reminiscência do meu período negro, da depressão. A história dele é a seguinte: Eu já vinha a algum tempo com versos flutuando em minha cabeça, sem métrica nem forma, mas com o mote pronto. Aí ouvi aquela canção de Roberto Carlos, "Acróstico", e finalmente vi que havia chegado a hora de escrever o meu poema. O resultado é esse aí:

Acróstico do Destino

março – abril / 2004

Já não lembrava
A feição daquela menina
Naquela festa estava
Instalando-se na minha sina.
Numa noite de fevereiro
Elga dela me aproximava.

Dezesseis dias depois
Um beijo meu destino selou.
Aquela menina tão doce
Rindo me conquistou.
Telefonemas à noite
E quinzenalmente os encontros.

Cada vez mais
O amor me invadia.
E por aquela donzela
Loucuras eu faria.
Holocausto de amor
Onze meses depois acontecia.

Aquela linda mulher
Muito mais eu amava.
Outra qualquer
Risco nenhum lhe dava.
Dela, para sempre
Amando eu continuava.

Mas o destino,
Infelizmente tinha planos.
Numa série de desatinos
Hora a hora nos separamos.
Aquele casal se desfazia...

Veio um dia a gota d’água
Irritado terminei
Depois disso a vida acaba...
A vida não tem sentido.

segunda-feira, 5 de setembro de 2005

Carta aberta

Pois é isso, voltei ontem da cidade onde vivi os dias mais felizes da minha vida. Visita rápida, só para relembrar os velhos lugares, sorrir de novo com as lembranças dos dias de bonança, rever a família adotiva, conhecer o novo "sobrinho"... E reparar um erro.

"Mas que erro?" Deverá o senhor, meu único leitor, estar se perguntando. Pois bem, para poder explicar melhor, terei que faer uma pequena digressão sobre sentimentos. Pronto? Pois lá vai: Não é segredo para ninguem, até mesmo quem não me conhece, como o senhor, sabe que o grande amor da minha vida foi, é e sempre será Janine. Mas daí a achar-se que penso em voltar a namorá-la vai um grande engano. Desde antes daquele fatídico 09 de dezembro de 2001 que eu sei que eu não sou, nem quero ser, o homem que ela quer e precisa ao seu lado. E nem ela é e nem consegue ser a mulher que eu quero e preciso ter ao meu lado. Voltar seria um erro tão grande quanto pular do 3º andar do prédio: só nos traria dor e mais nada.

Isto posto, deixe-me voltar no tempo até o dia 14 de fevereiro de 2004, quando voltei a Maceió após uma ausência de quase dois anos. Embora soubesse que isto iria um dia acontecer, até por que eu já tinha tido umas duas namoradas nesse período, foi a primeira vez que eu a vi em um bar com o namorado. E a filha dele. E descobri que não estava preparado. De jeito nenhum. O resultado? Pirei na batatinha, embirutei, e Dona Deprê chegou a galope na besta do apocalipse, pronta pra me derrubar de novo. Morri de medo de passar de novo meses chorando e, sem motivo pra viver, querendo morrer. Me lembrei que a solução para a crise anterior tinha sido uma conversa franca com ela, e portanto consegui, após várias tentativas erradas, ligar para ela, quando então fiz um papel horrível, disse que a amava, que não a tinha esquecido, que precisava falar com ela em particular, etc. Ela, como não entendeu o que estava acontecendo, logicamente entendeu errado as minhas palavras e tentou se desvencilhar de mim, ficou P da vida e pediu para que eu não aparecesse na casa dela no dia seguinte, como tinha combinado com o pai dela.

Os meses se passaram, e fui desta vez a Maceió mais maduro, mais certo de mim, e decidido a, se houvesse a chance, contar-lhe o que houve naquela noite e pedir-lhe perdão por ter lhe irritado. Mas não consegui. Embora eu tenha ido à casa dela ver a família (não para vê-la, juro) ela apenas parareceu alguns minutos na sala e depois trancou-se no quarto, não me dando a chance de dizer-lhe o que era necessário. Uma pena. Na saída o pai dela chamou-a várias vezes para despedir-se de mim, mas ela não desceu. Eu entendo.

Portanto eu peço um favor ao senhor, caro leitor desconhecido: Caso conheça Janine Duarte Coêlho, de Maceió, diga a ela que eu sinto muito se a irritei, se a chateei, se a magoei de novo, mas que precisava fazer aquilo para não morrer. Diga-lhe que entendo o seu aborrecimento, mas que não pense que a estou a rondar, que apenas pense em mim como um amigo, um irmão que lhe quer bem, nada mais. E diga-lhe que, se vou à casa dela é para rever aqueles que adotei como minha família, e para abraçar aquele que me adotou como filho. Diga à melhor coisa que já me aconteceu que desejo, do fundo do meu coração que ela seja feliz e que desejo que Henrique (se é que entendi o nome dele direito) seja o homem que eu não quis ser e a faça a mulher mais feliz do mundo, muito mais do que eu a pude fazer e mais ainda do que eu a quis fazer. Que lhe reafirme que sou seu amigo, seu irmão, um sujeito que não vale muito, mas estará sempre pronto a ajudá-la no que quer que ela queira e precise. E que o meu telefone ainda é o mesmo, e nunca é desligado.

terça-feira, 26 de julho de 2005

Meu funeral

Aí vão as instruções para o meu funeral. Só espero que sejam cumpridas...

'That ... be not told of my death,
Or made to grieve on account of me,
And that I be not buried in consecrated ground,
And that no sexton be asked to toll the bell,
And that nobody is wished to see my dead body,
And that no mourners walk behind me at my funeral,
And that no flowers be planted on my grave,
And that no man remember me,
To this I put my name.'
- Thomas Hardy

Ou, em português:
'Que... Não se saiba de minha morte
Nem se sofra por minha causa,
E que eu não seja enterrado em solo consagrado,
E que nenhum sacristão venha a tocar o sino,
E que não se peça que vejam meu corpo,
E que não seja seguido em cortejo,
E que não se plantem flores em minha sepultura,
E que eu não seja lembrado,
A isto subscrevo.' - Thomas Hardy.

segunda-feira, 9 de maio de 2005

Putaqueopariu!

Não agüento mais...
Ela não para de falar na porra da festa de casamento, mas não liga a mínima pro casamento em si.
Passa dias passeando pelos shopping centres com a mãe procurando objetos decorativos, mas tratar de ficar bem comigo nada.
Não confia em mim. Pra nada e em nada.
Como não me importo nem um pouco com festa de casamento, mas sim com ela, inventou de me chamar de inútil, de capacho de meu pai. E ontem passou dos limites: Me chamou de mentiroso.
Não agüento mais.
Hoje vou dar-lhe um ultimato, na verdde vou dar-lhe um choque. Vou acabar tudo. Ou ela se orienta ou pego o meu caminho. O que não posso é viver mais assim. De jeito nenhum.
Não agüento mais.

segunda-feira, 14 de março de 2005

De novo...

Sei que sofro de uma doença horrível, que chega até a matar. Mata o doente, ou o alvo da doença. O pior é que não é doença física, mas mental. De cura difícil, quase impossível, ela pode, no entanto, com muito tratamento, ser controlada, amansada, escondida.

Esta doença é a Síndrome dos Filhos de Quem Tem.

Quando adolesci (segundo a minha terapeuta, aos 20 e poucos anos), tinha crises horríveis de identidade e ódio por causa dela. Por que meu pai controlava tudo na minha vida. Por que eu não era nada, por que eu não tinha nada. Por tudo e por nada. Mas os anos se passaram, a terapia continuou, eu amadureci, cresci, criei luz própria (sem precisar mais negar o meu pai, como eu e outros colegas de doença fizemos) e achei que tinha domado a minha doença de vez, até me esqueci de prestar atenção a ela.

Aí ontem aconteceu: Mais uma vez. Meu pai tinha me prometido comprar-me um apartamento para quando eu me casasse com Cisne. Disse que eu fosse me organizando e procurando algo pois, quando ele tivesse dinheiro, seria para de uma hora para outra, em oito dias, comprarmos. Aí ele ontem fez de novo. Disse que me deu esperanças falsas, mas que não poderia comprar nada nem tão cedo. Que ele tinha sonhado em voz alta sem perceber que eu estava perto, e me deixei carregar. Que ele talvez - talvez - comprasse algo, sim, mas quando vendesse o apartamento em que mora. Em resumo: Que eu me explodisse.

E o que fico mais danado não é por ele ter feito isso, mas é ter caído de novo na mesma esparrela em que caio a tantos anos. Estou danado comigo mesmo por ter caído de novo, por ter-me deixado levar pelo canto da sereia, que me levou a uma recaída da minha doença.

Agora vou arrumar um abrigo até que a tempestade (emocional) passe. Depois a gente conversa mais!

segunda-feira, 13 de setembro de 2004

01 de setembro. Dia histórico

Apois é...
Depois de meses de reconquista, de conversa, de mal-entendidos, de compromissos, de promessas, de pingos nos is e de maturidade - maturidade que eu nem sabia que tinha, ela voltou.
Isso mesmo, minha Cisne voltou pra mim, e agora é pra sempre. Só não temos a data ainda, mas é pra sempre.
Pense numa alegria!
Ave Maria!

segunda-feira, 9 de agosto de 2004

Primeiro poema

Só pra dar começo a esta bagunça, vou postar aqui o meu primeiro poema.
Sei que nãopresta, portanto vossência não precisa me dizer isto, OK? Mas se quiser dar uma dica esteja à vontade!

Pop x Nerd

06/09/99


<>História, Geografia,
Física, Química e Matemática.
Muita teoria e pouca prática.
Tu és Pop, eu sou Nerd.
De tua ignorância minha cultura perde.

<>Fazes musculação,
Dizes besteiras para ser Pop.
Faço computação,
Leitura e nenhum esporte.
Tu és Pop, eu sou Nerd.
Dos teus músculos minha gordura perde.

<>Só dizes besteiras e és desinibido
Perto das mulheres só pago mico
De minha sabedoria fazes graça
Desprezando-a por pirraça.
Tu és Pop, eu sou Nerd.
De tua lábia minha leitura perde.

Poema dedicado a Carmen, Rachel, Lindhanne, Mônica e ao meu amigo SWB.

terça-feira, 20 de julho de 2004

Um sonho...

Dia destes eu sonhei que estava abraçando meu filho. O filho que nunca tive. Era um bebê lindo, todo gordinho, encantadoramente disposto, uma coisa linda! Estranho isso, né? Raramente vejo rostos em meus sonhos, geralmente vejo as pessoas, sei que são elas, mas quase nunca vejos os rostos, mas o rosto sorridente deste bebê eu não apenas vi, mas não consigo esquecer.
Será que um dia terei um filho?
Um bebê lindo e sorridente?
Um bebê saudável em meus braços?
Quem sabe? Quem pode saber?
Só o futuro pode dar uma resposta, que provavelmente será negativa para todas estas perguntas.
Este foi o sonho que tive uma noite, mas é o maior sonho - e esperança - de minha vida. Será que vai se realizar?

domingo, 11 de julho de 2004

Começando...

Meus amigos,

Nem sei se alguem vai ler isto, algum dia, mas de todo o jeito, quero deixar registrado online o outro lado de mim, o verso, cuja frente é o bom-humor de meu outro blog, o SoGréia (sogreia.blogspot.com). Neste blog, de publicação ainda mais devezenquandal, devo postar comentários, idéias, poemas, canções, desabafos... Enfim, tudo o que estiver preso aqui dentro e não tenho ninguem para contar/mostrar, ou não quero dizer/mostrar diretamente a ninguem.

Fiquem à vontade para comentar algo, se quiserem.

Obrigado!